domingo, 21 de novembro de 2010

20 de novembro de 2010

 
É estranho sentir saudade e ter certeza de que aquilo ou aquele não volta mais. É estranho falar “meu pai”, lembrar “meu pai” e não poder vê-lo mais, saber que estar em outro plano. Eu entendo, ele partiu por não suportar mais estar aqui sofrendo tanto. Lembro quando ele falava que era melhor ir logo do que sofrer tanto e sua vontade foi feita, já que não tinha cura, não tinha como voltar a viver normalmente.
Lembro de quando me fazia chorar por besteiras, de quando a gente brigava, foram muitas as nossas mancadas, mas sempre acabava tudo bem, eram coisas de momento. Nós não tínhamos como ficar brigados de verdade, era sempre assim. Todos diziam que eu era a preferida do papai, não sei, não acho. Sei que éramos diferentes e nossas diferenças fazia com que um se sentisse completo com o outro.
Lembro de quando saíamos durante as tardes ou aos domingos para visitar alguém, para ir à casa de algum parente ou até mesmo para almoçarmos juntos, de quando você me levava ao médico, de quando eu queria alguma roupa e era uma agonia na hora das compras, eu sempre queria mais do que podia.
Mas agora não, ficou tudo diferente e até hoje não consigo me acostumar com a idéia de que você partiu e me deixou aqui, sim me deixou com a minha família e meus amigos que são pessoas que eu amo muito, mas me deixou sem você. Ninguém tem noção do que é isso, só eu mesma.
São cinco meses convivendo com essa ausência, sem contar alguns meses em que sofríamos juntos, em que nos ausentávamos um da vida do outro. “Agora entendo o que você quis me dizer, você sofreu pela sua lucidez”.
Eu bem que queria entender tudo antes, queria poder prever o que iria acontecer, tenho certeza de que seria tudo muito diferente.

2 comentários:

  1. Ele está contigo Nina, de protegendo, te fazendo sorrir, sem que você o veja. Ele olha por você, e você pode confiar nisso.
    Beijoos amiga :*

    ResponderExcluir
  2. Sei, confio em tudo isso.
    É difícil, mesmo sabendo disso tudo, é muito difícil.
    Obriigada, amiiga. *-*

    ResponderExcluir